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05/06/2020

Mercado Externo

Soja posta resultados positivos na CBOT

Os preços dos contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) tiveram variações positivas nesta quinta-feira, subindo pela terceira sessão consecutiva, sob a influência de novas vendas externas dos EUA para a China e perspectiva de que mais está por vir devido à depreciação do dólar.

Pelo segundo dia consecutivo, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) confirmou novas vendas externas superiores a 100 mil toneladas de soja para destinos não revelados.

O saldo comercial agregado (safra atual e nova safra), referente a semana encerrada no dia 28 de maio, totalizou 1,1 milhão de toneladas, em linha com as expectativas do mercado, que variaram de 600 mil a 1,55 milhão de toneladas. Se as vendas externas da safra 19/20 parecem fadadas a serem baixistas, a vendas da safra vindoura estão se tornando promissoras.

No momento, o principal dos poucos fatores de precificação baixistas remete as excelentes condições edafoclimáticas sobre o Meio-Oeste, que mantêm elevado o potencial produtivo das lavouras e um ritmo de semeadura bastante acelerado.

Dólar

Taxa de câmbio passa por correção técnica

A quinta-feira foi de correções técnicas na cotação do dólar, após a moeda flertar com resistência técnica representada pelos R$ 5,00 na véspera. A conjuntura econômica que orientou o mercado internacional de câmbio a depreciar a divisa foi mantida, daí a percepção de ajustes técnicos do dia.

A moeda estadunidense continuou caindo em relação a cesta das divisas mais líquidas do mundo, completando a sétima sessão consecutiva do lado negativo do plano. A fuga de divisas à zona do euro e às economias asiáticas prosseguiram a despeito de dados econômicos um pouco menos ruins nos EUA.

O reporte de pedidos de seguro-desemprego iniciais do Departamento de Trabalho trouxe 1,87 milhões de solicitações nos EUA, acima do que o mercado previra (1,8 milhão), mas a nona queda semanal consecutiva do indicador, sinal de que o pior pode ter passado no país.

Na Europa, as autoridades monetárias seguem lançando mão de estímulos econômicos aos países, o Banco Central Europeu expandiu seu programa de compras emergenciais para a pandemia em 600 bilhões de euros para um total de 1,35 trilhão de euros.

O Brasil se beneficia da redução da aversão ao risco global, que levou o dólar a se tornar o ativo mais demandado do mundo em março, estopim da pandemia. No entanto, o ambiente doméstico tem oferecido pouco para estimular o ingresso de recursos. A SELIC se mantém em suas mínimas históricas, enquanto se multiplicam novos fatos políticos que elevam os riscos de mercado associados aos ativos brasileiros.

Mercado Interno

Dia de baixa movimentação no mercado brasileiro

A quinta-feira foi de ajustes meramente nominais no mercado à vista, que praticamente não registrou aquisições, seja pela baixa disponibilidade de soja a ser comercializada, seja pelos preços menos remuneradores do que há uma semana.

A oferta de soja se concentra no Sul do país, mas hoje nem mesmo o suporte conferido pela paridade desencadeou grandes vendas. Na região, há grande disputa pela formação de preço e a demanda tem se esvaziado conforme aumenta a competitividade do grão estadunidense.

os preços do grão em queda e do farelo mais firmes, as margens de esmagamento têm sido preservadas e indústrias, agora, passam a originar maiores volumes para coberturas de operações da segunda quinzena de agosto adiante.

Por isso, as condições das safras estadunidenses, hoje o principal fator de precificação depois do câmbio, têm sido atentamente montadoras. Caso a safra dos EUA se prove produtiva e o recuo do câmbio estrutural, será com alívio antes imprevisto que os processadores poderão ir às compras.

Comentários

De acordo com o reporte de vendas externas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), relativo à semana do dia 28 de maio, a 39ª do ano comercial estadunidense, os exportadores pactuaram apenas 495,17 mil toneladas, uma queda de mais de 23% em relação a semana passada.

O resultado do dia teve efeito neutro sobre a precificação do grão, uma vez que o mercado espera um saldo comercial entre 350 mil e 750 mil toneladas para a safra atual. Às vésperas da colheita, a média histórica para a atual semana do ano comercial é de 344 mil toneladas, mesmo assim se esperava mais em decorrência dos anúncios de novas vendas para a China feito pelo USDA recentemente.

No período em questão, os maiores saldos comerciais foram firmados com a China, que deverá receber 200,98 mil toneladas; com o Egito, cujo montante chegou a 189 mil toneladas; e, por fim, com a Indonésia, cujo saldo foi de 62,5 mil toneladas.

As vendas acumuladas da temporada somam 42,65 milhões de toneladas, ainda 8,6% abaixo do totalizado há um ano. Em comparação a média quinquenal, o acumulado atual é 17% menor. O acumulado com a China até aqui soma 14,94 milhões de toneladas, ainda metade da corrente comercial entre os países antes da guerra comercial.

Preço Agropan

Preço trigo

As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.