Boletim Diário

01/06/2020

Mercado Externo

Oleaginosa recua com aumento das tensões entre EUA e China

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) apresentaram forte queda nesta sexta-feira, conforme as tensões comerciais entre EUA e China aumentaram desde que Donald Trump ameaçou tomar medidas contra a imposição da lei de segurança nacional chinesa a Hong Kong.

O presidente Trump falou sobre a China em um evento na sexta-feira, abordando as restrições de segurança do país a Hong Kong após protestos no centro financeiro no ano passado. A China pode reduzir suas importações de produtos agrícolas dos Estados Unidos se Washington emitir uma resposta severa às novas leis, disseram três fontes.

Mesmo assim, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) confirmou novas vendas externas de mais de 120 mil toneladas de soja para China.

Outro fator baixista veio da perspectiva de que algumas áreas deterioradas de milho serão transformadas em área de cultivo de soja no Meio-Oeste estadunidense.

Dólar

Dólar tem em maio 1ª queda mensal

O dólar teve altos e baixos ao longo desta sexta-feira, mas acabou fechando em queda ante o real e acumulando em maio a primeira desvalorização mensal de 2020. O mercado desfez posições defensivas após coletiva de imprensa do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não confirmar temores de uma potencial escalada mais séria nas tensões entre Washington e Pequim.

Operações relativas à "briga" entre comprados e vendidos na B3 em busca de uma Ptax de fim de mês mais conveniente a suas operações também influenciaram os negócios durante a manhã. À tarde, contudo, o dólar começou a ensaiar baixa, até virar de vez para queda após a coletiva de Trump.

A expectativa pela resposta de Trump havia adicionado volatilidade e conservadorismo ao mercado já nas negociações finais de quinta-feira, quando foi feito o anúncio da coletiva. Alguns no mercado temiam sanções à China, o que poderia agravar as já tensas relações entre as duas maiores economias do mundo. A reação dos mercados após as declarações de Trump foi positiva.

A volatilidade, contudo, persiste. Na véspera, o dólar saltou quase 2%, na maior alta em três semanas. E, mesmo com o recuo de mais de 8% do dólar na recente série de seis pregões de baixa, a volatilidade das opções de dólar/real para três meses se mantinha perto de 20%, não distante das máximas alcançadas quando os mercados entraram em queda livre por causa da crise do Covid-19.

Na prática, a manutenção da volatilidade nesses níveis indica expectativa de muito vaivém nos preços do câmbio no curto prazo.

Mercado Interno

Dia de impulso conferido pelos prêmios e descolamento da paridade

Mesmo com a continuidade da derrocada dos referenciais de Chicago e uma taxa de câmbio mais depreciada, os preços dos contratos mais curtos da soja no mercado físico brasileiro escalaram. Assim, o principal fator de precificação do dia não poderia ser outro que não os prêmios portuários.

Como antecipado, diante dos diminutos volumes ainda não comercializados no mercado nacional, os referenciais começam a se descolar da paridade. Prêmios recordes, a US$ 1,45/bushel são comuns em diversas praças, e evidenciam a continuidade de forte demanda externa pelo grão brasileiro.

Aquisições de incomuns pequenos volumes por tradings chinesas se multiplicam, o que sugere a antecipação do país a um novo agravamento das tensões comerciais com os EUA. Nesse sentido, a despeito de não mais flertar com os R$ 6,00, o dólar seque atrativo para originação dos chineses.

No mercado futuro, a movimentação é menor, como provam os prêmios imóveis. Tão logo a safra estadunidense se consolide, acima ou abaixo do seu potencial produtivo, uma tendência mais clara para a já altamente antecipada safra 2020/21 poderá ser dado.

Comentários

De acordo com o último reporte de progresso de plantio do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), referente à semana encerrada no dia 24 de maio, a despeito de condições climáticas relativamente favoráveis a continuidade dos trabalhos, o progresso da semeadura se tornou um pouco mais lento do que se imaginava.

Grande parte da California, Michigan, Vale de Ohio, Noroeste do Pacífico, norte das Montanhas Rochosas e do Sudoeste receberam chuvas acima da média para o período do ano. Em partes da Virginia e Carolina do Norte as precipitações totalizaram até 150 milímetros. Em contrapartida, New England e o Sudoeste receberam pouca ou nenhuma chuva.

O Cinturão do Milho, médio Atlântico e oeste das Montanhas Rochosas experimentaram temperaturas abaixo do normal. Em contrapartida, a região dos Grandes Lagos, Grandes Planícies, Montanhas Rochosas e Texas reportaram temperaturas acima do normal.

O órgão estima que, no mesmo período, 65% da área destinada ao cultivo da soja tenha recebido a semeadura, 39 pontos percentuais à frente do ano passado e 10 pontos percentuais acima da média quinquenal para igual período do ano. Paralelamente, cerca de 35% das lavouras já emergiram, 26 pontos percentuais à frente do ano passado e 8 pontos à frente da média quinquenal.

Preço Agropan

Soja R$

Soja US$

Milho R$

Milho US$

Dólar

96,00

17,98

42,00

7,87

5,3380

Preço trigo

PH

78 acima

75 a 77,99

72 a 74,99

65 A 71

R$/60kg.

53,00

49,03

39,75

33,80

As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.

Boas informações produzem bons negócios

Volfe Umberto Gobbato

Gerente Geral

MATRIZ

Tupanciretã - RS

Av. Padre Roque Gonzales, S/Nº, 98170-000

agropan@agropan.coop.br

55 3272-8900


Desenvolvido por BRSIS