Diário

Boletim Diário

08/06/2020

Mercado Externo

Preços da soja encerram a semana firmes

‘Os preços dos derivativos da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) apresentaram-se firmes nesta sexta-feira, ainda influenciados pelo revigoramento das vendas externas dos EUA e depreciação do dólar, porém, com os ganhos mitigados pela continuidade de condições edafoclimáticas favoráveis no Meio-Oeste e Vale do Mississippi.

‘Na semana, o contrato mais negociado na CBOT, com vencimento em julho, registrou alta de 27 centavos de dólar, ou 3,2%, postando sua maior variação positiva semanal em mais de oito meses.

‘O principal fator de precificação do dia veio de novo do anúncio de vendas externas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). O órgão reportou novos negócios de 588 mil toneladas dos EUA com demandantes externos não revelados.

Dólar

Dólar volta a ficar abaixo dos R$ 5,00

A taxa de câmbio arrefeceu às suas mínimas desde o começo da segunda quinzena de março nesta sexta-feira, rompendo o suporte representado pelos R$ 5,00 pela primeira vez desde o começo da pandemia de COVID-19.

Assim, mais uma vez, o mercado de câmbio nacional seguiu o curso das movimentações do exterior, com os EUA postando números bastante superiores ao esperado no seu reporte de criação de postos de trabalho (Payroll) e o mercado ainda bastante otimista com o aquecimento da atividade econômica a partir do relaxamento da quarentena.

Prova de que o movimento de depreciação do dólar é global veio do oitavo recuo consecutivo do Dollar Index Spot (DXY), que foi a 96,7 pontos, sua menor marca desde o dia 12 de março, e pode estar relacionado tanto a diminuição da aversão ao risco do investidor estrangeiro quanto as incertezas políticas que rondam a Casa Branca em ano de eleições.

O Payroll, que mede a variação do número de pessoas empregadas, trouxe um aumento de 2,5 milhões de postos de trabalho em maio nos EUA, quando o mercado esperava uma queda de 8 milhões de postos de trabalho. Com isso, a taxa de desemprego do país caiu de 14,7% a 13,3%.

No Brasil, a despeito de certa calmaria com a ausência de novos fatos políticos, há apreensão em torno da elevação do número de casos de contágio e óbitos em meio ao relaxamento da quarentena. A dimensão das manifestações agendadas para o final de semana também deverá ser monitorada por quem está de olho no risco de mercado associado a economia brasileira.

Mercado Interno

Preços recuam e diminuem liquidez

Com a taxa de câmbio operando abaixo dos R$ 5,00, nem os prêmios portuários firmes, nem a ascensão dos preços de Chicago puderam impedir os generalizados ajustes negativos captados pela IHS Markit na maioria das praças brasileiras.

A quantidade de novos negócios caiu devido aos preços menos remuneradores. Isso se dá sobretudo agora que há baixa disponibilidade de soja 19/20 a ser comercializada em praticamente todo o país.

Os maiores volumes não comercializados se concentram no Sul, mas, na região, em razão da quebra da safra 19/20 e da própria intensa disputa nacional pela orignação da oleaginosa parte da ponta vendedora especula um pouco mais com os volumes em seus estoques e sai do mercado ao menor sinal de arrefecimento dos preços.

O risco associado a esse tipo de posicionamento vem da migração dos demandantes internacionais ao mercado estadunidense e saciedade das indústrias nacionais com os volumes que podem vir dos vizinhos sul-americanos, notadamente do Paraguai.

No mercado a termo, com a comercialização já altamente antecipada, dias como esse tornam o ambiente de negócios praticamente ilíquido.

Comentários

Segundo o reporte de progresso de safra da Bolsa de Cereales de Buenos Aires, a colheita da soja sobre área agrícola argentina chegou praticamente ao fim nessa semana, que seguiu com o tempo firme, favorável ao trânsito dos implementos entre as fileiras.

Os trabalhos chegaram finalmente a 98,6% das lavouras argentinas, despejando no mercado cerca de 49,3 milhões de toneladas de soja. Assim, se ratificou a perspectiva de que a atual temporada apresentaria produção inferior à média de cinco anos, correspondente a 52,3 milhões de toneladas. A projeção da instituição para a produção é de 49,5 milhões de toneladas.

Para o término oficial da colheita, restam apenas 40 mil hectares de primeiro plantio e outros 180 mil hectares de segundo plantio, ambos distribuídos principalmente entre o sudeste e sudoeste de Buenos Aires, Cuenca del Salado e Noroeste do país (NOA).

Segundo a Bolsa de Cereales, as principais perdas de potencial produtivo ocorreram nas lavouras de segundo plantio, mais especificamente na região do Núcleo Norte e Núcleo Sul, onde as produtividades médias ficaram, respectivamente, 5,5 e 5,4 sacas por hectare abaixo da média das últimas cinco temporadas. Nessas regiões, o arrefecimento da produtividade média se deve ao fato de serem as que mais se expandiram nos últimos anos.

Preço Agropan

Preço trigo

As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.

Boas informações produzem bons negócios

Volfe Umberto Gobbato

Gerente Geral