Boletim Diário

25/05/2020

Mercado Externo

Frustração com demanda chinesa faz preços caírem

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram perdas nesta sexta-feira, conforme o mercado se viu mais uma vez frustrado com a falta de sinais de que a China irá, de fato, cumprir o acordo comercial “fase 1”, enquanto o país asiático segue importando volumes significativos do Brasil.

Dentre os fatores de precificação mais técnicos, há que se mencionar a apreciação do dólar em relação as divisas dos principais concorrentes de mercado dos EUA, que torna o produto norte-americano menos competitivo e obriga ajustes negativos nominais no preço da saca.

Paralelamente, investidores também buscaram antecipar posições em vista do feriado do Memorial Day, nos EUA, na segunda-feira.

O grande fator de precificação do dia veio dos desdobramentos esperados da imposição de uma nova lei nacional de segurança a Hong Kong pela China em reação as manifestações pró-democracia do ano passado.

O presidente dos EUA, Donald Trump, ressaltou que reagiria de maneira veemente a qualquer atitude antidemocrática contra a ex-colônia inglesa, voltando a elevar os temores de renovadas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Dólar

Dólar abandona alta e vai às mínimas

O dólar futuro virou e passou a operar em queda ante o real nas negociações na B3 nesta sexta-feira, com operadores avaliando que os trechos divulgados do vídeo de reunião ministerial não satisfazem as expectativas mais receosas.

Às 17h26, o dólar futuro de primeiro vencimento tinha queda de 0,57%, a 5,5255 reais, após subir 0,53%, a 5,5995 reais, às 17h06, pouco depois da decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de permitir a divulgação, com exclusão de alguns trechos, do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril.

Os negócios com dólar futuro na B3 vão até as 18h (de Brasília). No mercado interbancário, com corte às 17h, o dólar caiu 0,15%, a 5,5739 reais. Havia uma expectativa muito forte em cima do vídeo. E, até agora, nada que comprometa o presidente, segundo agentes do mercado.

Ao longo da tarde, em meio a alguma tensão antes da decisão do ministro Celso de Mello, o mercado chegou a piorar o sinal após divulgação de nota oficial pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, que classificou de inconcebível o pedido de apreensão do celular de Bolsonaro em notícia-crime no inquérito que analisa a suposta interferência do presidente na Polícia Federal. Heleno afirmou que a decisão sobre a solicitação pode ter consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional.

Na semana, o dólar à vista cedeu 4,54%. O alívio ocorreu pela combinação de maior otimismo nos mercados globais sobre reabertura das economias após o Covid-19 e por declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, garantindo maior suporte ao câmbio se necessário.

Mercado Interno

Prêmios elevados ainda neutralizam efeito negativo do câmbio e da CBOT

Num dia de recuo simultâneo da taxa de câmbio e dos derivativos negociados em Chicago, mas prêmios ainda em níveis recordes, os preços da oleaginosa comercializada no mercado disponível não apresentaram clara tendência de variação nessa sexta-feira.

Diante disso, o mercado conteve menos movimentações, até mesmo porque diante do desenvolvimento dos fatos políticos ao longo do dia os fatores de precificação passaram a evidenciar elevada volatilidade, aumentando o conteúdo especulativo já abundante do mercado.

Assim, o cumprimento de execução contratual foi a ordem do dia. Simultaneamente, processadores passaram a fazer as contas em relação a duração da sua cobertura e os prováveis estoques ainda disponíveis para comercialização.

No mercado a termo, situado no próximo ano safra, o momento também de maior quietude, visto que os demandantes internacionais passam a originar mais no mercado estadunidense, que promete recomposição substancial de oferta neste ano.

Comentários

Segundo a Balança Comercial da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), referente aos primeiros 10 dias úteis dos 22 dias úteis de maio, os embarques totalizaram 8,79 milhões de toneladas, isto é, postaram uma média diária de 879,39 mil toneladas, 93,24% acima da média diária de maio de 2019.

Em termos de receita, os exportadores auferiram US$ 2,90 bilhões, ou seja, uma média diária de US$ 288,9 milhões, 86,73% acima da média diária do mesmo mês do ano passado. Simultaneamente, o preço médio da tonelada de soja que deixou os portos brasileiros somou US$ 328,5, 3,37% menor do que o somado no ano passado.

Os dados do lineup dos portos, relativos aos primeiros 11 dias úteis de maio, indicam que 14,28 milhões de toneladas de soja deixarão os portos brasileiros no mesmo mês. Desse total, 8,32 milhões de toneladas já foram embarcadas, outras 4,07 milhões de toneladas estão processo de carregamento ou prestes preencher navios já ancorados e, por fim, 1,88 milhão de toneladas encherão navios que ainda chegarão aos portos brasileiros.

Dentre os principais destinos da commdity brasileira, a China segue disparado como principal. A programação dos portos é a de que 8,93 milhões de toneladas de soja sejam enviadas ao país, isto é, 63% do total. Há que se considerar ainda que 1,81 milhões de toneladas não tiveram seus destinos confirmados e ainda podem ser destinadas à China. Por fim, Holanda e Espanha surgem completando os três maiores destinos com 502 mil e 439 mil toneladas, respectivamente.

Preço Agropan

Soja R$

Soja US$

Milho R$

Milho US$

Dólar

98,00

17,56

42,00

7,53

5,5790

Preço trigo

PH

78 acima

75 a 77,99

72 a 74,99

65 A 71

R$/60kg.

53,00

49,03

39,75

33,80

As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.

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