Boletim Diário

02/06/2020

Mercado Externo

Soja tem ligeiro recuo em meio a escalada das tensões comerciais

Os preços dos derivativos da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta segunda-feira apresentaram ligeira queda, conforme os agentes financeiros balancearam seu portifólio em função das renovadas tensões comerciais entre EUA e China e possíveis novas compras do país asiático.

Segundo traders afirmaram à agência Reuters, tradings chinesas realizaram compras de 180 mil toneladas de soja dos EUA nesta segunda-feira, a despeito da troca de ameaças velada entre as lideranças das duas maiores economias do mundo.

Essas informações surpreenderam, uma vez que notícias davam conta de uma ordem chinesa para que suas empresas interrompessem as aquisições de carne de porco e soja dos EUA, após Washington afirmar que iria eliminar o tratamento comercial especial que dava à Hong Kong.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) confirmou ainda, através de suas inspeções semanais, que 396,38 mil toneladas de soja deixaram o país na semana passada, resultado dentro do intervalo de estimativas do mercado.

Em antecipação ao reporte de progresso de safra do órgão, o mercado crê que o plantio tenha sido concluído sobre 79% da área agrícola dedicada à oleaginosa nos EUA, saindo dos 65% reportados na semana passada.

Dólar

Política em ebulição eleva taxa de câmbio

‘A divisa estadunidense voltou a postar expressiva alta em relação ao real nesta segunda-feira através do aumento da percepção de risco generalizada dos agentes financeiros. Em meio a mensuração dos desdobramentos da pandemia de COVID-19, o conturbado cenário político no mundo e, em especial, no Brasil aumentou a aversão dos investidores em aportar seus recursos em ativos de risco.

‘A eclosão dos protestos nos EUA e o aumento da contestação de Donald Trump dentre o eleitorado norte-americano fez com que o mercado olhasse com ressalvas os papéis da carteira do país, que já vinham sob desconfiança em função de mais uma nova escalada das tensões comerciais com a China. Prova disso foi a quarta depreciação seguida do dólar em relação aos seus pares mais líquidos do mundo, evidenciada pelo Dollar Index Spot (DXY).

Se o dia não foi de busca pelo refúgio representado pelo dólar, ainda menos foi o de busca de risco na carteira brasileira. A cena política em ebulição, protagonizada pelos conflitos entre membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Executivo, destrói o ambiente de segurança institucional, pré-requisito para que qualquer ente econômico decida buscar investir no país.

Com a divisa brasileira liderando as perdas no mundo, o Banco Central interveio através da oferta de US$ 530 milhões no mercado spot, dinheiro que veio das reservas. Em paralelo, segundo o relatório Focus, emitido pelo mesmo BC, a projeção do mercado para o PIB caiu ainda mais de -5,89% a -6,25%.

Mercado Interno

Mercado se apresenta mais acomodado

Com os principais componentes da paridade com o mercado estadunidense rumando em sentidos opostos, a segunda-feira foi de lateralidade e ajustes meramente nominais no spot.

Com a recente queda do patamar da taxa de câmbio, as negociações têm se tornado um pouco mais rarefeitas.

Pesa também a cobertura que a maioria dos players tem para os vencimentos mais curtos e a capitalização dos produtores, que os permite especular um pouco com mais com o pouco que ainda não foi comercializado da safra atual.

O mesmo não ocorre para os contratos com entrega entre os meses de agosto e outubro, para os quais os prêmios chegam a ultrapassar US$ 1,30/bushel.

Para esses vencimentos já há disputa entre processamento e exportação na originação, muito embora grandes exportadores agora se debrucem sobre a soja estadunidense.

Mesmo o menor volume originado pelas tradings para os vencimentos supracitados tem forte impacto nos preços devido aos reduzidos estoques ainda não comercializados, de modo que em breve os referenciais locais poderão se descolar da paridade.

Comentários

Segundo o último relatório de progresso de plantio da Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), referente à semana encerrada no dia 27 de maio, o clima seco persistiu sobre a área de cultivo da soja e possibilitou que os trabalhos da temporada 19/20 quase fossem concluídos.

O progresso no período totalizou 3,9 pontos percentuais, chegando a 97,2% da área agrícola argentina, sugerindo que a colheita vai mesmo acabar em tempo recorde neste ano. Com os recentes avanços, a colheita já despejou 48,8 milhões de toneladas de soja no mercado argentino. Cerca 90% da colheita ocorreu em apenas dois meses.

A instituição relata que apenas as áreas situadas no extremo sul da região agrícola ainda não receberam os trabalhos, que devem ser finalmente concluídos na semana que vem. Neste contexto, a BCBA segue estimando a produção em 49,5 milhões de toneladas de soja.

Até a semana do dia 20 de maio, o Ministério da Agricultura da Argentina estimava que 23,16 milhões de toneladas de soja já haviam sido comercializadas, 6,66 milhões de toneladas com os exportadores e outras 16,49 milhões de toneladas com as indústrias domésticas. O total comercializado da temporada 19/20 até aqui é 1 milhão de toneladas maior do que no mesmo período do ano passado.

Preço Agropan

Soja R$

Soja US$

Milho R$

Milho US$

Dólar

97,00

18,00

42,00

7,80

5,3870

Preço trigo

PH

78 acima

75 a 77,99

72 a 74,99

65 A 71

R$/60kg.

53,00

49,03

39,75

33,80

As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.

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