DÓLAR À VISTA FECHA A R$ 5,4401, EM ALTA DE 0,33%
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Data: 2 de setembro de 2025
SOJA: COLHEITA NOS EUA E INÍCIO DO PLANTIO NO BRASIL DIVIDEM ATENÇÃO
- A soja inicia a semana em ambiente de transição, com o mercado internacional atento à colheita nos Estados Unidos e ao começo do plantio no Brasil, enquanto persiste a ausência da China nas compras americanas. "O fim do vazio sanitário no Paraná marca o start do plantio brasileiro, que passa a ser observado de perto. Ao mesmo tempo, o mercado olha para a colheita americana, também no início, e para os dados que podem confirmar ou não pequenas revisões de produtividade", disse ao Broadcast Agro o CEO da Pine Agronegócios, Ale Delara. Segundo ele, a falta de clareza sobre quando e em que volume a China voltará ao mercado americano mantém os preços em compasso de espera.
Na sexta-feira, os contratos futuros da oleaginosa subiram na Bolsa de Chicago (CBOT) em movimento de cobertura antes do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos. O vencimento novembro ganhou 6,50 cents (0,62%), a US$ 10,5450 por bushel, mas acumulou queda de 0,38% na semana. O desempenho foi limitado pela ausência de compras chinesas e pela alta do dólar frente ao real, que reforça a competitividade da soja brasileira nas exportações.
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), exportadores venderam 1,37 milhão de toneladas da safra 2025/26 na semana até 21 de agosto. Embora a China não tenha aparecido explicitamente, quase metade foi registrada para destinos não informados, o que sustenta rumores de que o país asiático possa estar presente de forma indireta. Apesar disso, analistas lembram que a janela natural de embarques da safra americana se concentra entre outubro e fevereiro e que, até agora, os volumes para Pequim seguem zerados.
Delara destaca que o mercado opera em compasso de espera. "As decisões ainda vão ser tomadas. Se a China confirmar compras em outubro, quando precisa garantir volumes para novembro, pode haver reação altista. Caso contrário, a janela pode se deslocar e os Estados Unidos atenderem outros destinos enquanto o Brasil continua embarcando", afirmou.
Outro fator de atenção são os derivados. O óleo de soja recuou cerca de 0,60% na sexta-feira, pressionado pela queda do petróleo e pela perspectiva de importação de óleo de palma pelos EUA. "Ao longo da semana, o suporte para os preços veio de entregas de farelo, mas no geral foram apenas movimentos técnicos", disse Delara.
O posicionamento dos fundos também sinaliza cautela. De acordo com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), os investidores passaram a deter posição líquida comprada de 19.145 lotes na soja até 26 de agosto, revertendo a postura vendida da semana anterior. Para analistas, esse movimento indica que parte do mercado aposta em alguma sustentação em Chicago, mesmo sem confirmação de compras chinesas.
O monitor da seca dos EUA mostra 11% da área de soja sob algum nível de estiagem, ante 9% na semana anterior, mas não são esperadas perdas relevantes de rendimento. Já no Brasil, além da atenção ao clima no Paraná e em outros Estados onde o vazio sanitário se encerra, o mercado começa a precificar a nova safra, com estimativas privadas apontando colheita acima de 175 milhões de toneladas, o que reforça o papel do País como principal fornecedor global.
COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO
GRÃO | ||
---|---|---|
US$/bushel | cents | |
Set/25 | 10,3675 | 8,50 |
Nov/25 | 10,5450 | 6,50 |
Jan/25 | 10,7250 | 5,75 |
Mar/25 | 10,8700 | 5,00 |
FARELO | ||
---|---|---|
US$/t | US$ | |
Set/25 | 283,60 | -2,70 |
Out/25 | 283,40 | 0,50 |
Dez/25 | 289,00 | 1,70 |
Jan/25 | 292,80 | 1,90 |
ÓLEO | ||
---|---|---|
(cents/libra) | pontos | |
Set/25 | 51,47 | -28 |
Out/25 | 51,70 | -25 |
Dez/25 | 52,14 | -29 |
Jan/25 | 52,42 | -31 |
PREÇOS AGROPAN
Preços válidos das 9:10h às 12h | ||||
---|---|---|---|---|
Soja | Soja US$ | Milho R$ | Trigo - PH 78 | Dólar |
R$ 123,00 | 22,60 | 59,00 | 69,00 | 5,4401 |
As opiniões contidas neste relatório são pessoais e não representam em hipótese alguma recomendação para compra e/ou venda de contratos nos mercados futuros e/ou físico.