DÓLAR À VISTA FECHA A R$ 5,6480, EM QUEDA DE 0,42%

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Data: 20 de março de 2025

SOJA: CHICAGO TERMINA EM BAIXA COM AMPLA OFERTA DO BRASIL

- Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em baixa nesta quarta-feira, refletindo a ampla oferta brasileira no mercado de exportação. De acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil deverá embarcar entre 15 milhões e 16,13 milhões de toneladas de soja em março. Se confirmado o limite superior da projeção, o volume representará aumento de 19% em comparação com março de 2024, quando foram exportados 13,55 milhões de toneladas. O vencimento maio da oleaginosa recuou 4,50 cents (0,44%), para US$ 10,0825 por bushel.

O rápido avanço da colheita no Brasil também pesou sobre os contratos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) disse que a colheita alcançava no último domingo 69,8% da área semeada, avanço de 8,9 pontos porcentuais em relação à semana anterior. Na comparação com igual período da safra 2023/24, os trabalhos estão 8,2 pontos porcentuais adiantados.

A guerra tarifária entre os Estados Unidos e alguns de seus principais parceiros comerciais também segue no radar. "O panorama é mais negativo do que positivo, porque aparentemente não está havendo melhora nas conversas. Temos tarifas projetadas para entrar em vigor em abril, envolvendo Estados Unidos, China, União Europeia e outros países", observou o coordenador de Inteligência de Mercado da Hedgepoint, Luiz Fernando Gutierrez Roque. Além disso, o governo de Donald Trump está considerando a cobrança de taxas portuárias de US$ 1 milhão a navios operados por chineses e de US$ 1,5 milhão a navios construídos na China.

As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o real, que tende a desestimular as exportações brasileiras. A expectativa de uma área semeada menor nos EUA também impediu uma queda mais acentuada dos preços. "Deve ser confirmado um corte significativo na área de soja americana e, com essa questão das tarifas, esse ajuste pode ser ainda maior do que imaginamos. Não me surpreenderia se a redução chegasse a 5 milhões a 6 milhões de acres (2,02 a 2,43 milhões de hectares)", projetou Gutierrez Roque.

Veja como ficaram os principais contratos de soja e derivados na CBOT: