DÓLAR À VISTA FECHA A R$ 5,9895, EM ALTA DE 1,29%

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Data: 29 de novembro de 2024

SOJA: CBOT DEVE VOLTAR DO FERIADO DE OLHO NA CHINA

- O mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) deve retornar do feriado de Ação de Graças na sexta-feira (29) prestando mais atenção na China. Segundo o analista de mercado da Granopar, João Victor Bassetto, os preços atrativos da oleaginosa americana podem estimular compras chinesas em dezembro, especialmente diante da incerteza gerada pelas propostas de tarifas adicionais do presidente eleito dos EUA, Donald Trump. "A soja está muito barata, e seria estratégico para a China reforçar estoques antes que o cenário comercial fique mais turbulento", disse em entrevista ao Broadcast Agro.

Os futuros da soja fecharam em alta na quarta-feira. O vencimento janeiro da oleaginosa subiu 5,25 cents (0,53%), para US$ 9,8875 por bushel. Os ganhos foram sustentados em parte por sinais de demanda pelo grão norte-americano. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), exportadores do país relataram venda de 132 mil toneladas de soja para a China, com entrega no ano comercial 2024/25. Na semana passada, foram relatadas vendas avulsas de soja totalizando 1,22 milhão de toneladas.

Alguns analistas observaram, no entanto, que as compras chinesas de soja dos EUA estão aquém do esperado. Segundo a AgResource, importadores chineses não estão demonstrando interesse em soja norte-americana para depois de meados de janeiro. "A janela de exportações de soja dos EUA está se fechando sazonalmente", disse a consultoria.

Uma menor estimativa para embarques brasileiros também deu algum suporte aos preços. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) reduziu sua projeção para exportações de soja em novembro, de 2,80 milhões para 2,46 milhões de toneladas. A alta foi limitada pelo desempenho do óleo de soja, que caiu mais de 4%. O derivado passou por correção após ter subido com força na sessão anterior. "O mercado de óleo reagiu de forma exagerada às declarações de Trump, precificando algo que ainda não se concretizou", afirmou Bassetto. "Uma única fala de Trump pode movimentar o mercado de maneira imprevisível. Até o momento, tudo depende de como ele continuará a se posicionar", acrescentou.

A expectativa do analista é de que o mercado se mantenha estável até o fim do ano. "A não ser que tenhamos um conflito ou uma grande mudança no clima da América do Sul, vejo o mercado relativamente estável. Os preços podem ter movimentos pontuais, mas o intervalo entre US$ 9,78 e US$ 10,00 deve se manter até janeiro", comentou.