DÓLAR À VISTA FECHA A R$ 6,1821, EM ALTA DE 0,32%

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Data: 6 de janeiro de 2025

SOJA: CHICAGO FECHA EM BAIXA COM DEMANDA FRACA POR GRÃOS DOS EUA

Os futuros de soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em forte queda nesta sexta-feira, após três sessões de alta. O vencimento março da oleaginosa recuou 20,25 cents (2,00%), para US$ 9,9175 por bushel.

Os contratos de soja foram pressionados pelo baixo desempenho no volume vendido na semana encerrada em 26 de dezembro pelos exportadores dos Estados Unidos. De acordo com relatório semanal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), publicado nesta manhã, foram relatadas vendas de 484,7 mil toneladas de soja da safra 2024/25, já descontados os cancelamentos, no período. O volume, o menor registrado no ano comercial, é 51% inferior ante a semana anterior e 67% menor que a média das quatro semanas anteriores. Não foram reportadas vendas para a temporada 2025/26. O total vendido ficou abaixo das estimativas de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que esperavam vendas de 500 mil toneladas a 1,05 milhão de toneladas. Na semana, a China foi o principal comprador, com um volume de 617,7 mil toneladas.

De acordo com a Granar, além das exportações de soja abaixo do esperado pelo mercado, traders embolsam lucros após três sessões seguidas de ganhos nos contratos da oleaginosa. "Entre os fatores que influenciam o mercado, destaca-se a pressão que começa a ser exercida pela safra brasileira, que está apenas começando a ser colhidas em áreas específicas do país", observou a Granar, em relatório.

Karl Setzer, da Consus Ag Consulting, observou que a negociação foi lenta antes do fim de semana, com traders ajustando posições na expectativa de um ano com safras robustas de grãos a nível global. "O mercado tem sido bastante instável esta semana, a última desde os feriados de fim de ano, e hoje estamos vendo a consolidação ocorrer", disse.

A queda do óleo de soja e do farelo de soja também contribuiu para as perdas da soja em grão. Os contratos do farelo caíram mais de 3% nesta sexta-feira. Os preços dos derivados de soja refletem atrasos em programas de combustível renovável em todo o mundo, segundo analistas. A expectativa de que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, defenderá mais os combustíveis fósseis em detrimento dos biocombustíveis tem sido um fator que pesa sobre o complexo da soja. "Além disso, a implementação atrasada do programa B40 (40% de biodiesel ao óleo diesel) da Indonésia é um vento contrário para os derivados de soja, com o óleo de palma caindo quase 2% no dia", diz John Stewart & Associates em nota. "E sem as diretrizes nos EUA, podemos ver óleo de soja continuando a enfrentar fatores baixistas no curto prazo", afirmou o analista.

As boas condições das lavouras de soja argentina também contribuem para a baixa da soja, já que nos últimos dias predominava a preocupação no mercado com o clima quente e seco nas áreas agrícolas do país. De acordo com relatório semanal da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 93% das lavouras implantadas no país na safra 2024/25 ainda mantêm uma condição de colheita entre normal e excelente, ante 96% na semana anterior. A bolsa destacou que a manutenção dessa condição vai depender de chuvas futuras, enquanto a previsão aponta para clima quente e seco nas próximas duas semanas. O plantio de soja da safra 2024/25 na Argentina alcançou 92,7% da área estimada, de 18,4 milhões de hectares, avanço de 8,1 pontos porcentuais na semana, informou a bolsa.

Veja como ficaram os principais contratos de soja e derivados na CBOT: